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Arquipélago de Alcatrazes - manifestação contra exercícios de tiro da marinha

Alcatrazes – Refúgio ameaçado

ICC ingressa com pedido perante Ministério Público Federal e participa de manifestação contra exercícios de tiro no arquipélago de Alcatrazes, em busca de proteger a biodiversidade silvestre local

O ICC ingressou com pedido perante o Ministério Público Federal visando pedir a suspensão dos exercícios de tiro na Ilha da Sapata, que compõe o arquipélago de Alcatrazes, importante refúgio de vida silvestre da nossa região. O pedido, subscrito pela advogada Fernanda Carbonelli, solicita a imediata suspensão da atividade, em razão do período de reprodução de várias espécies residentes e migratórias, além de um estudo de alternativa locacional, haja vista que novos estudos e notas técnicas demonstram que o local não pode mais recepcionar este tipo de atividade.

Além da formalização do pedido, que foi acatado pelo MP e cujo exercício continua suspenso, o ICC, por meio de seus técnicos Angélica Bustamante e Edson Lobato, participou junto com várias ONGs, lideranças locais e sociedade civil de uma manifestação pacífica de apoio ao cancelamento dos exercícios de tiros na zona de amortecimento das unidades de conservação que compõem o Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Arquipélago de Alcatrazes. A manifestação ocorreu em frente à Capitania dos Portos de São Sebastião.

Manifestação contra exercícios de tiro em alcatrazes

Marinha em Alcatrazes
Em 2008, o ICMBio, responsável pela proteção do arquipélago de Alcatrazes, fechou um acordo com a Marinha para reduzir os impactos ambientais dos exercícios de tiro. Em 2013, as atividades foram transferidas para a Ilha Sapata, área externa ao Refúgio de Alcatrazes, para diminuir os impactos. Também foram estabelecidas regras para as atividades, como época em que não exista reprodução dos animais, com comunicação prévia, dentre outras medidas de controle ambiental e segurança, como o acompanhamento de integrantes do Ibama e do ICMBio durante todos os treinamentos militares.

O problema é que, este ano, a data do exercício coincide com o período reprodutivo das aves e peixes, além da migração de baleias. Mesmo sendo realizado na Ilha Sapata, a execução causaria impactos significativos à fauna silvestre, principal objeto de conservação do Refúgio.

Um levantamento do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres aponta que perturbações no ninhal em época reprodutiva podem causar até 75% de perda de filhotes e ovos das fragatas, por causa do comportamento de sabotagem dos machos não pareados quando os ninhos ficam desprotegidos, após uma revoada brusca dos pais. Impactos em outros grupos da fauna estão sendo estudados.

O ICC seguirá apoiando a suspensão e o cancelamento dos exercícios de tiro. Saiba mais sobre o assunto e a repercussão do tema na matéria do jornal O Estado de S. Paulo.

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