Categoria: Fiscalização e Monitoramento

ICC como membro titular no Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo São Sebastião (PESM-NSS)

ICC como membro titular no Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo São Sebastião (PESM-NSS)

Integrar o Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo São Sebastião (PESM-NSS) se torna de fundamental importância, na perspectiva de se estabelecer ações integradas e sinérgicas, uma vez que essa Unidade de Conservação faz fronteira com a APA Baleia Sahy e com o a APAMLN, integrando o corredor ecológico que compõem essas três UCs, na Bacia Hidrográfica da Barra do Sahy.

As gestões das UCs da APA Baleia Sahy e PESM-NSS têm muitas afinidades, trabalhos conjuntos desenvolvidos e programados como resultado de permanente participação e integração no âmbito do Conselho Consultivo, tais como nos Programas de Uso Público – Ecoturismo e Educação Ambiental, Interação Socioambiental, Desenvolvimento Sustentável, entre outros, como o de Proteção.

Destaca-se no Programa de Uso Público – Ecoturismo e Educação Ambiental a implantação de uma trilha com poções e cachoeiras no interior da APA Baleia Sahy, interligando com o PESM-NSS, no âmbito de integração entre a Fundação Florestal, a PMSS e o ICC, na qualidade de cogestora da APA, assim como participação em curso de capacitação de monitores ambientais de ecoturismo por meio de palestras e discussões.

Da mesma forma, em outros programas como o de proteção, o objetivo é reconhecer e fortalecer os ambientes protegidos, observando os regramentos específicos; além de proteger os ambientes de alta relevância para conservação dos atributos da UC.

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Inaugurada ecobarreira no Rio Sahy

Resultados da Ecobarreira no Rio Sahy

Ecobarreira implantada no Rio Sahy atingiu a marca de 100 kg de resíduos que foram retirados, evitando que chegassem ao oceano

A Ecobarreira do Rio Sahy, localizada na Área de Proteção Ambiental Baleia Sahy – APA/BS, atingiu, na última semana, a marca de 100 quilos de resíduos recolhidos. A primeira coleta realizada pela equipe técnica do Instituto Conservação Costeira – ICC foi em 30 de julho de 2022. Materiais como plásticos, vidros, pedaços de madeira e até animais mortos foram retidos para que não chegassem ao oceano.

Diariamente, os técnicos do ICC realizam a inspeção da Ecobarreira como ação de Fiscalização e Monitoramento, recolhendo materiais e encaminhando para a AS AMBIENTAL, empresa que é responsável pela gestão dos resíduos sólidos no município de São Sebastião.

A comunidade reconhece e destaca o trabalho e esforço que vem sendo realizado pois, nos últimos meses, esses resíduos descartados irregularmente nos bairros que cercam o rio Sahy foram barrados e impedidos de chegar ao mar.

Hoje, sabemos que a Ecobarreira é essencial para a conservação do ambiente e que, por meio desse projeto, conseguimos recolher esses materiais e dar a destinação adequada a esses resíduos.

Mantido e coordenado pelo ICC e VERDESCOLA, o projeto tem o apoio das secretarias municipais de Serviços Urbanos e do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, do Departamento de Água e Esgotos (DAEE), da CETESB e das associações de bairro da Baleia e Barra do Sahy.

Um projeto inovador no município de São Sebastião, pois mais do que recolher resíduos, é praticamente um movimento, que promove a educação ambiental e estimula outras iniciativas sustentáveis.

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Inaugurada ecobarreira no Rio Sahy

Inaugurada ecobarreira no Rio Sahy

Em comemoração à Semana do Meio Ambiente e Dia Mundial dos Oceanos, Instituto Verdescola e ICC se unem em projeto inédito no Litoral Norte, a instalação de uma ecobarreira no Rio Sahy para ajudar a barrar resíduos sólidos que chegariam ao oceano.

A fim de conter o avanço da poluição por resíduos sólidos, duas entidades se unem nesta luta e, de maneira inédita no município de São Sebastião, realizaram a instalação de uma ecobarreira integralmente licenciada nos órgãos competentes. Realizada em parceria com o Instituto Verdescola, o equipamento foi instalado no Rio Sahy no dia 9 de junho, em comemoração à Semana do Meio Ambiente e ao Dia Mundial dos Oceanos.

Projeto de Pesquisa e Educação Ambiental desenvolvido pelos educadores do Instituto Verdescola em parceria com a equipe do ICC, essa iniciativa tem dois principais objetivos. O primeiro deles é barrar todo resíduo sólido que desce pelo rio e, consequentemente iria parar no oceano. O segundo é fazer uma gestão desses resíduos sólidos, a fim de entender quais são os principais problemas do rio e, a partir daí, trazer possíveis soluções, principalmente no que diz respeito a políticas públicas.

Esta estrutura foi desenvolvida junto com os educandos do Verdescola e, após implantada, a comunidade do entorno da APA Baleia Sahy também participará do monitoramento e de outras ações que serão desenvolvidas a partir dos resultados desta experiência.

Inaugurada ecobarreira no Rio Sahy

Inaugurada ecobarreira no Rio Sahy

Esperamos que este projeto seja um instrumento de educação ambiental com visitas técnicas e reaproveitamento de material reciclável em oficinas de pranchas de Stand Up Paddle (SUP) a serem utilizados em passeios pelo Rio Sahy, além de tornar-se uma ferramenta impulsionadora para conscientização do caminho do lixo até o mar.

O projeto foi desenvolvido em parceria com o Instituto Verdescola, com apoio e acompanhamento da Prefeitura Municipal de São Sebastião, Transpetro e Sabaleia.

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Fiscalização integrada na APA - ICC, Parque Estadual da Serra do Mar e Polícia Militar Ambiental

Fiscalização integrada na APA

ICC, Parque Estadual da Serra do Mar e Polícia Militar Ambiental se unem para coibir práticas ilegais dentro de unidades de conservação de São Sebastião.

Com o objetivo de coibir práticas ilegais dentro do território da APA Baleia Sahy e das Unidades de Conservação do município de São Sebastião, realizamos uma fiscalização integrada com a participação das equipes do ICC, Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) e Polícia Militar Ambiental.

Fiscalização integrada na APA - ICC, Parque Estadual da Serra do Mar e Polícia Militar Ambiental

A fiscalização e monitoramento se iniciou pela manhã e seguiu durante todo o dia, passando por áreas do parque e da APA, incluindo trilhas abertas por caçadores, palmiteiros, entre outros que cometem ambientais na região. O objetivo foi mapear algumas trilhas para o monitoramento constante da área.

A APA tem uma área muito extensa, por isso se torna fundamental essa integração entre as instituições fiscalizadoras para maior efetividade na proteção ambiental.

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ICC realiza denúncia após flagrante de vazamento de esgoto na ETE Baleia Sahy

Nossa equipe de monitoramento e fiscalização realizou vistoria e coletou amostras de vazamento ocorrido no dia 27 de março para averiguação

A preservação das áreas que margeiam nossos recursos hídricos é indispensável, pois interfere na disponibilidade e qualidade da água para toda a população. Nesse sentido, desde 2013, o ICC protocolou diversas denúncias perante a SABESP, sempre amparado em análises e laudos técnicos, visando a melhoria de nossa ETE em questão de atendimento e operacionalidade, para que não ocorra do esgoto da população ir parar nos rios da região (Negro e Sahy).

São anos árduos de batalhas judiciais com algumas vitórias significativas como, por exemplo, a liminar que obriga a SABESP a realizar uma série de ações corretivas, preventivas, fiscalizatórias, sob pena de multas, o que foi um grande passo para nossa região em quesitos sociais e ambientais.

Porém, no dia 27 de março (um domingo), recebemos uma denúncia dos moradores do bairro Baleia Verde sobre um possível vazamento de esgoto na ETE Baleia Sahy. Em vistoria no local para uma análise visual e coleta de amostra do vazamento, que iniciou às 9h30 na própria estação e subsequentemente nas “bocas de lobo” da Av. Adelino Tavares, próximo ao número 170 – Praia Barra do Sahy, continuando até o período noturno.

Seguiremos em constante monitoramento para que as falhas operacionais sejam reduzidas na operação desta ETE e que sejam tomadas medidas cabíveis pelos órgãos competentes, visando a qualidade ambiental e de vida das comunidades vizinhas.

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REUNIÕES DO COMAM, COMDURB E CTEA

Veja o que esteve em pauta nas reuniões mensais do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Câmara Técnica de Educação Ambiental do Comitê De Bacias Hidrográficas Do Litoral Norte, dos quais ICC é membro.

No dia 09 de fevereiro, uma quarta-feira, foram retomadas as reuniões do Câmara Técnica de Educação Ambiental (CTEA), assim como as dos demais fóruns e conselhos nos quais o ICC é titular.

No Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM), estamos participando e contribuindo para o planejamento e regulamentação do uso do Fundo Municipal do Meio Ambiente para que seja aplicado em propostas que considerem as prioridades e demandas ambientais do município. 

Nós do ICC somos um dos atores principais da CTEA, contribuindo com o aprimoramento das ações e materiais direcionados ao aprofundamento das questões relacionadas à natureza, um papel importante dos órgãos ambientais e de recursos hídricos, dentre eles, os Comitês de Bacias Hidrográficas. 

Existem diversas ações que realizamos para a proteção e preservação do Rio Sahy e Rio Negro, que compõem importantes bacias hidrográficas do município e abastecem milhares de famílias. A preservação dos recursos hídricos passa por etapas que dependem da efetiva participação da sociedade em compreender o ciclo da água, as etapas do tratamento desde a nascente até as residências, o destino final e reuso deste recurso natural são passos fundamentais para contribuir para sua preservação e uso consciente.

Entre as ações do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (COMDURB), entre os dias 09 e 11 de março, o ICC acompanha as Audiências Públicas que serão realizadas para apresentação da minuta do projeto de lei que regulamenta condomínios de lotes no município de São Sebastião. Confira os dias e horários:

 

COSTA SUL: ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR ANTÔNIO LUIZ MONTEIRO, situada a Estrada do Cascalho Nº 1409, Boiçucanga.

Data: 09 de março de 2022, quarta-feira às 18 horas

 

COSTA NORTE: Creche DEBORA TAVARES BAHIA

situado à Rua Liberato Cardoso de Matos Nº 65, Bairro Jaraguá.

Data: 10 de março de 2022, quinta-feira às 18 horas

 

CENTRO/BAIRRO SÃO FRANCISCO: Espaço Batuíra

localizado na R. José Bruno – Praia de São Francisco, São Sebastião – SP, 11629-538.

Data: 11 de março de 2022, sexta-feira às 18 horas

no formato PRESENCIAL.

 

O ICC segue representando os interesses da APA e da comunidade de seu entorno nessas entidades e conselhos, priorizando sempre suas demandas e necessidades.

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No laboratório, alunos utilizando a cartela colorimétrica para análise, 2019 - ICC

Como é feita a análise da qualidade da água do Rio Sahy

Entenda tecnicamente quais são os critérios e parâmetros utilizados para analisar o material coletado e determinar a qualidade ambiental do Rio Sahy.

Desde o dia 22 de março, comemorado o Dia Mundial da Água, estamos lançando uma série de posts explicando o trabalho que o ICC realiza em parceria com o Instituto Verdescola para o monitoramento da qualidade da água do Rio Sahy, localizado na APA Baleia Sahy. Após a coleta da amostra da água do rio, realizada por educadores e alunos, são realizadas as aferições dos parâmetros no laboratório do Instituto Verdescola. Hoje explicaremos como é o processo e os parâmetros desta análise, que determina o índice final de qualidade da água.

Análises “in loco”, feitas observando o Rio

O primeiro bioindicador, analisado ainda no ponto de coleta, são as larvas vermelhas, mais conhecidas como os oligoquetos, parentes das minhocas de terra. São bichos bem pequenos, com cerca de 3 a 5 cm de comprimento e um tom vermelho puxado para o marrom. Estes seres podem ser vistos sobre o solo, em áreas de margem, sem correnteza. Sua presença está relacionada com matéria orgânica presente no rio, portanto, normalmente são vistos isoladamente em regiões com rios limpos, mas que tenham restos vegetais em decomposição na água. Contudo, em rios com certo grau de poluição por esgoto, costumam formar colônias que são facilmente visíveis. Isso porque a poluição proporciona grande quantidade de alimento para eles (fonte: Manual de Campo Observando os Rios /Fundação SOS Mata Atlântica, 2016).

Conforme este método, existem alguns tipos diferentes de larvas que podem ser encontradas nos rios: as larvas transparentes, escuras ou pequenos moluscos. As larvas transparentes correspondem às larvas de peixes, e se parecem bastante com fios de cabelos branco. As larvas escuras podem ser consideradas como larvas de insetos ou de anfíbios, neste caso, são os girinos. Pequenos seres com conchas presentes na água são os moluscos. Todos estes pequenos bichos dependem de uma condição boa da água para sobreviver, ou seja, sua presença em quantidade é um bom indicador da qualidade deste rio.

Os peixes, em sua maioria, dependem do oxigênio dissolvido na água para sobreviver. Havendo fontes de poluição do rio, imediatamente as bactérias iniciam o processo de despoluição deste corpo d’água e, para isto, consomem o oxigênio. Quando há diminuição de oxigênio, os peixes podem morrer ou deixar de se reproduzir, o que leva ao desaparecimento em algum tempo. Apenas algumas espécies como os Guarus sobrevivem em baixíssima condição de oxigênio dissolvido, portanto não são bons indicadores da qualidade de água. Nessa análise, é importante identificar, além da presença, a diversidade das espécies de peixes. Se visualmente for difícil identificar, vale uma conversa com moradores mais antigos da região para saber o histórico das espécies de peixes ao longo do tempo (Manual de Campo Observando os Rios /Fundação SOS Mata Atlântica, 2016).

Segundo a mesma metodologia, para análise do material flutuante, que é tudo aquilo que é transportado pelo rio, o importante é avaliar separando o que é natural, como folhas e galhos, dos produtos industrializados – garrafas plásticas, pneus etc. No caso das espumas, é importante ter um cuidado especial, pois elas podem ser naturais, quando formadas pela agitação das águas, ou decorrentes de produtos industrializados, como aquelas em grandes blocos que se deslocam com a correnteza e são causadas por detergentes provenientes de esgotos domésticos e resíduos industriais.

Como é a análise em laboratório

No laboratório, é feita a análise da qualidade da água utilizando como um dos equipamentos o “ECOKit” para educação ambiental, desenvolvido para o controle da qualidade de água doce e salgada. Dentro dos aspectos legais, pode ser utilizado por alunos a partir do quinto ano ou comunidade em geral, trazendo a oportunidade de vivenciar um experimento simples e seguro.

Conforme a Resolução CONAMA 357, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, são analisados pelos alunos os itens citados a seguir:

Para as análises microbiológicas, são utilizados kits Colipaper (ALFAKITS), que servem para detectar ou confirmar se há presença de coliformes totais e coliformes fecais na água. O Colipaper é uma cartela com meios de cultura em forma de gel desidratado usado para análise microbiológica, indicado para análises de água, efluentes domésticos e industriais, rios, balneabilidade, lagos, piscina, superfícies, verduras e leite. As principais bactérias usadas como indicadores de poluição fecal nas águas são os coliformes totais e fecais (termotolerantes). Na água, o organismo indicador de contaminação fecal mais utilizado é o E.coli, pois sua presença mostra que a água pode ter recebido uma carga fecal, o que ocasiona a deterioração da qualidade microbiológica, podendo trazer risco à saúde de quem consome a tal água.

Para as análises de PH, ou potencial hidrogeniônico, uma escala logarítmica que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma determinada solução. Utilizamos o pHmetro de bancada, que é calibrado com as soluções tampão. Os eletrodos são lavados com água destilada e, em seguida, mergulhados na solução tampão pH 7,00. Repete-se, então, o procedimento de lavagem dos eletrodos com água destilada e, desta vez, o eletrodo é mergulhado na solução tampão pH 4,00. A determinação de pH se dá quando os eletrodos são inseridos nas amostras de água para leitura do pH e os dados são registrados.

A determinação da turbidez pelo método nefelométrico é adotada nas atividades de controle de poluição da água e de verificação do parâmetro físico nas águas consideradas potáveis. O método é baseado na comparação da intensidade de luz espalhada pela amostra em condições definidas, com a intensidade da luz espalhada por uma suspensão considerada padrão. Quanto maior a intensidade da luz espalhada, maior será turbidez da amostra analisada. O turbidímetro é o aparelho utilizado para a leitura, constituído de um nefelômetro, sendo a turbidez expressa em unidades nefelométricas de turbidez (UNT). O nefelômetro consta de uma fonte de luz para iluminar a amostra e um detector fotoelétrico com um dispositivo para indicar a intensidade da luz espalhada em ângulo reto ao caminho da luz incidente.

Para a determinação de nitrato, fosfato e oxigênio dissolvidos utilizamos o Ecokit, um kit desenvolvido para controle de qualidade da água com reagentes para 100 testes de cada parâmetro físico-químico e cartelas colorimétricas para comparação visual. A intensidade de cor do produto da reação é proporcional à concentração de cada parâmetro físico-químico. A absorção da solução pode ser medida para determinar a concentração destas soluções.

No laboratório, alunos utilizando a cartela colorimétrica para análise, 2019 - ICC

No laboratório, alunos utilizando a cartela colorimétrica para análise, 2019

Kit de análise conforme citado no texto, 2019 - ICC

Kit de análise conforme citado no texto, 2019

Depois é feita a análise dos dados

Após as análises e determinação de todos os parâmetros físicos, químicos e biológicos, os resultados são passados para uma planilha, e os resultados obtidos são lançados no banco de dados do Instituto Verdescola pelos próprios alunos.

Para realizar a análise do controle da poluição das águas dos rios e reservatórios, são utilizados padrões de qualidade, de acordo com os limites de concentração que cada substância presente na água deve obedecer. Esses padrões variam de acordo com a classificação das águas interiores, estabelecida pelo CONAMA. Esse índice incorpora 9 parâmetros: temperatura da amostra, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (5 dias, 20o C), coliformes fecais, nitrogênio total, fósforo total, resíduo total e turbidez. Estes parâmetros foram escolhidos por especialistas e técnicos como os mais relevantes para serem incluídos na avaliação das águas destinadas ao abastecimento público. A qualidade da água, ou melhor, o Índice de Qualidade da Água (IQA) é baseado na resolução Conama 357 e é classificada como: ótima, boa, regular, ruim e péssima de acordo com a ilustração abaixo:

Tabela para preenchimento dos dados coletados na atividade conforme resolução CONAMA vigente

Tabela para preenchimento dos dados coletados na atividade conforme resolução CONAMA vigente

Resumo das análises do Rio Sahy nos últimos anos

Ao analisar os resultados obtidos na investigação, percebe-se que os valores totais obtidos nestes três anos de monitoramento não atenderam a todos os padrões estabelecidos pela portaria, com isso, a água foi considerada imprópria, conforme gráfico abaixo. Vale ressaltar que para este ano de 2021, foram feitas poucas coletas ainda, então estamos considerando os anos anteriores.

Diante das análises realizadas, constatou-se que a APA Baleia Sahy recebe influências negativas vindas de áreas urbanas próximas. Isso foi evidenciado em todas as coletas realizadas pela presença de contaminação fecal através do método com Colipaper (que, conforme explicamos acima, servem para detecções e confirmativas de coliformes totais e coliformes fecais). Não apresentando variações em períodos de chuva ou seca, a contaminação se manteve regular e constante, como demonstrado no gráfico nesses três anos de monitoramento.

Gráfico de análise total conforme os padrões de classificação de IQA CONAMA 357

Gráfico de análise total conforme os padrões de classificação de IQA CONAMA 357

No gráfico abaixo, podemos analisar mensalmente os resultados das coletas destes anos. No período de alta temporada para visitações turísticas na região (nos meses de dezembro, janeiro e julho), não foram realizadas análises de água, pois é um período no qual os alunos estão de férias do Instituto Verdescola.

De acordo com o gráfico da média dos três anos, constamos que no ano de 2017 o rio se manteve na faixa amarela com IQA regular e uma média de 29,8. No ano de 2018, houve uma melhora significativa na qualidade média da água do rio, subindo para 32,3, embora tenha se mantido na faixa amarela de qualidade regular. Já no ano de 2019, houve uma queda bastante significativa para 21,4, nesse caso, a qualidade da água do rio desceu para faixa vermelha, ruim.

Resultados mensais do IQA do Rio Sahy, conforme CONAMA 357

Resultados mensais do IQA do Rio Sahy, conforme CONAMA 357

Por acreditarmos na importância desse projeto para a qualidade ambiental da região da APA Baleia Sahy, publicaremos mensalmente o resultado das análises da qualidade da água do Rio Sahy em nosso site, mídias sociais – Facebook e Instagram – e newsletter. Acompanhe e faça parte desse movimento pela preservação de nossos recursos hídricos!

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Qualidade da água do Rio Sahy se mantém regular há 3 meses

O monitoramento da qualidade ambiental do Rio Sahy e a educação ambiental

Veja como é possível aliar monitoramento e educação ambiental por meio do projeto realizado com educadores e alunos do Verdescola, em parceria com o ICC.

Desde 2017, os educadores ambientais do Instituto Verdescola em parceria com o Instituto Conservação Costeira realizam o projeto de monitoramento da qualidade ambiental do Rio Sahy. O objetivo é que o projeto seja trabalhado como ferramenta pedagógica de Educação Ambiental e, ao mesmo tempo, realizar um mapeamento completo do cenário por meio de um diagnóstico situacional da mata ciliar, assoreamento, tipo de lixo existente, esgotamento sanitário, entre outros pontos importantes. Hoje, dando sequência aos posts especiais na Semana da Água (veja o primeiro clicando aqui), vamos falar um pouco deste importante projeto.

A área de abrangência do projeto engloba, inclusive, a parte mais urbanizada do rio, como as comunidades ribeirinhas, por isso, desde o início foi considerado o envolvimento da população local. A opção foi abranger a comunidade escolar da região, incluindo jovens educandos nas atividades de coleta de amostras do rio, por exemplo.

Como é realizada a atividade

A atividade que envolve os alunos e os educadores (biólogos) acontece periodicamente, com uma incursão até o Rio Sahy, que tem apoio do ICC. Em local pré-definido são coletadas amostras da água para análise in loco e, posteriormente, são realizadas as aferições dos parâmetros no laboratório do Instituto Verdescola. É feita uma abordagem teórica por meio dos processos fisioquímicos e microbiológicos necessários para determinar o índice de qualidade de água do Rio Sahy.

O ponto de coleta e amostragem dos últimos três anos foi o mesmo, próximo à ponte que divide as praias da Baleia e Barra do Sahy – localizada na coordenada geográfica 23°46’17.34″S/ 45°41’18.13″O, conforme demonstra a figura abaixo, inserida na APA Baleia Sahy.

Localização dos pontos de coleta e da APA Baleia Sahy - ICC

Localização dos pontos de coleta e da APA Baleia Sahy

No momento da coleta da água, são verificados a temperatura ambiente e da água, a turbidez do Rio Sahy, a presença ou ausência de lixo nas margens e o cheiro do rio. Toda a análise é baseada em bioindicadores que correspondem espécies ou grupos de espécies de seres vivos, cuja presença, abundância ou seu estado indicam uma certa qualidade ambiental. Tratam-se de seres vivos que estão relacionados a alguma condição no ambiente analisado. Além disso, os parâmetros físicos e de percepção como, por exemplo, se há presença de material flutuante, material sedimentável e o cheiro do rio também influenciam na qualidade ambiental daquele ecossistema.

Alunos e educadores ambientais do Instituto Verdescola realizando a coleta de amostra e análise dos fatores físicos e bioindicadores, 2019 - ICC

Alunos e educadores ambientais do Instituto Verdescola realizando a coleta de amostra e análise dos fatores físicos e bioindicadores, 2019

Monitoramento aliado à Educação Ambiental

O monitoramento e as análises físico-químicas e microbiológicas da água do Rio Sahy, na região da APA Baleia Sahy, assim como os parâmetros e métodos utilizados, assim como o rigor necessário para sua realização, possibilitam aos estudantes entender a necessidade do controle de qualidade da água e sua importância para a manutenção da vida.

A utilização do laboratório de química e seus equipamentos por meio de pesquisas e experimentos foi um fator muito importante para o ensino efetivo. Trabalhar de forma a conciliar o ensino da ciência em sala de aula com a prática cotidiana vivenciada pelos alunos na APA Baleia Sahy é uma alternativa replicável e que traz benefícios para o processo de ensino e aprendizagem, pois desperta no aluno maior interesse pelo tema educação ambiental e, sobretudo, torna-o consciente da preservação desse precioso recurso natural. Além disso, esses alunos são importantes agentes multiplicadores dessa consciência na comunidade, por meio de suas famílias.

Além do monitoramento da qualidade ambiental do Rio Sahy, o Instituto Verdescola realiza, em parceria com o ICC, diversas outras ações de educação ambiental utilizando a APA Baleia Sahy como um laboratório vivo. Como uma sala de aula a céu aberto, a unidade de conservação é instrumento de estudo para aplicação de metodologias de educação que tragam o sentimento de pertencimento e cuidado do local para os alunos. Acreditamos que a educação ambiental transformadora está diretamente ligada à formação de cidadãos conscientes com o meio ambiente e o coletivo.

Índice de qualidade ambiental do Rio Sahy

Agora que você conhece um pouco mais sobre o trabalho de monitoramento e educação ambiental que realizamos na APA Baleia Sahy, você pode acompanhar como está a qualidade do Rio Sahy mensalmente em nossas mídias sociais – no Facebook e Instagram – e newsletter. Veja o índice atual.

Índice de qualidade ambiental do Rio Sahy - Março de 2021 - Verdescola e ICC

No próximo post, explicaremos mais detalhadamente como é feita a análise do material coletado e todos os indicadores envolvidos para chegar até o resultado.

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A importância de preservar os recursos hídricos - Rio Sahy - Praia da Barra do Sahy - São Sebastião

A importância de preservar os recursos hídricos

Entenda como é feita a qualificação das águas da nossa região pela CETESB e quais são os principais desafios da gestão de nossos recursos hídricos.

Seguindo com os conteúdos relacionados ao Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março, neste texto, falaremos sobre a importância de preservar os recursos hídricos.

No estado de São Paulo, as bacias hidrográficas estão sub dividas em regiões denominadas de unidades hidrográficas de gerenciamento de recursos hídricos – UGRHI. A Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, UGRHI 3, abrange quatro municípios, dos quais três são continentais – Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião -, e um é insular – Ilhabela.

No que diz respeito à qualidade das águas, em um primeiro momento pode-se dizer que, assim como a demanda de recursos hídricos, a situação pode ser considerada confortável para grande parte das sub-bacias da UGRHI 3, uma vez que os relatórios de acompanhamento de águas interiores da CETESB apontam para grande parte dos corpos monitorados com classificação de Índice de Qualidade das Águas (IQA) “boa”.

Há de se notar, contudo, a ausência da classificação “ótima” desde 2012, além de uma recente piora dos índices, com o aumento de situações classificadas como “ruim”. Os motivos desta piora, de acordo com o diagnóstico, relatórios de situação, planos e programas analisados, são diversos e vão desde ocupações irregulares até outras mudanças no uso do solo, promovidos pela dinâmica socioeconômica ou, até mesmo, por causas naturais, como cargas orgânicas da fauna e flora da região.

Algumas situações destacadas no relatório de 2017 referem-se à baixa adesão para ligação de imóveis na rede pública de esgotos (ligações factíveis), ao lançamento de efluente in natura ou sem tratamento adequado nos corpos hídricos, e ao colapso do lodo ativado das estações de tratamento de esgotos, quando há ligação de águas pluviais na rede de esgotamento, que levam à sobrecarga do volume de água que chega à estação e geram extravasamento nos poços de visita (ladrão) – já falamos sobre este tema em outros posts, clique aqui para ler. Uma vez que a região possui alta pluviosidade e que os períodos mais chuvosos são aqueles com maior ocupação humana (que é o caso do Verão), tal situação chega a comprometer a drenagem urbana, levando à maior contaminação e agravando situações de inundação (Relatório de Situação das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte, 2019).

Estas análises e relatórios evidenciam que a falta de dados efetivos de monitoramento local é um desafio para a gestão dos recursos hídricos, uma vez que o monitoramento realizado pelos órgãos competentes não é feito com uma periodicidade curta e, muitas vezes, baseiam-se em projeções de dados estatísticos que não condizem com a realidade do monitoramento continuo.

Mapa Base da UGRHI 3. Com destaque em vermelho para a Sub Bacia nº 24 - Rio Barra do Sahy.

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Mapa Base da UGRHI 3. Com destaque em vermelho para a Sub Bacia nº 24 – Rio Barra do Sahy.

Para contribuir com este trabalho, desde 2017 o ICC e os educadores ambientais do Instituto Verdescola realizam o projeto de monitoramento do Rio Sahy. Trata-se de uma ferramenta pedagógica de educação ambiental realizada junto com os jovens educandos do Verdescola, ao mesmo tempo em que contribui para o mapeamento e diagnóstico da APA Baleia Sahy, incluindo a qualidade da água, mata ciliar, assoreamento, tipo de lixo existente, esgotamento sanitário, entre outros pontos observados.

Nos próximos posts sobre o assunto, entenda como é feito este mapeamento e a importância deste trabalho para a APA e conscientização da comunidade local.

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Dia Mundial da Água - 22 de março - Monitoramento da qualidade do Rio Sahy - São Sebastião

22 de Março – Dia Mundial da Água e o Monitoramento do Rio Sahy

Entenda a importância do Dia Mundial da Água e conheça o Projeto de Monitoramento da Qualidade Ambiental do Rio Sahy realizado pelo ICC e Verdescola.

O Dia Mundial da Água é comemorado, todos os anos, no dia 22 de março. A data foi sugerida na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, e passou a ser comemorada em 1993. O objetivo do Dia Mundial da Água é promover conscientização sobre a relevância da água para a nossa sobrevivência e de outros seres vivos. Além disso, a data é um momento para lembrar a importância do uso sustentável desse recurso e a urgente necessidade de conservação dos ambientes aquáticos, evitando poluição e contaminação.

O último Relatório Mundial de Desenvolvimento da Água das Nações Unidas foi lançado em março de 2020 e teve tom alarmante. Segundo o documento, até 2050, entre 3,5 bilhões e 4,4 bilhões de pessoas viverão com acesso limitado a esse recurso, isso porque o uso da água aumentou em seis vezes no século passado e está crescendo cerca de 1% ao ano. Nos próximos anos, devem aumentar os riscos de poluição da água e contaminação por patógenos. E os impactos também serão sentidos na produção de alimentos e saúde física e mental das populações.

Muitos ecossistemas, principalmente florestas e pântanos, também estão ameaçados, reduzindo a biodiversidade do nosso planeta. O abastecimento de água deve afetar a agricultura – que é responsável pelo uso de 69% de toda a água doce -, mas também na indústria, produção de energia e até na pesca.

ICC denuncia ao Ministério Público constantes vazamentos de esgoto no Rio Sahy

Preservação dos recursos hídricos no Litoral Norte

Para amenizar estes efeitos, de maneira local, o ICC busca, em parceria com o Instituto Verdescola e demais instituições, realizar ações de conscientização e monitoramento dos recursos hídricos da APA Baleia Sahy, com foco principal no Rio Sahy e na balneabilidade das Praias da Baleia e Barra do Sahy. Este ano, aproveitamos o Dia Mundial da Água para falarmos um pouco mais do nosso projeto de monitoramento da qualidade ambiental do Rio Sahy, na APA Baleia Sahy.

Em parceria com educadores ambientais da Verdescola, realizamos a análise e acompanhamento da qualidade dos nossos recursos hídricos, verificando possíveis casos de contaminação e criando uma base de informações para implantar soluções efetivas e eficazes para a manutenção da qualidade da água do Rio Sahy e das praias da região. Acompanhe nossos indicadores e as próximas postagens sobre o tema para entender melhor como é feito este trabalho.

Veja o vídeo para entender como funciona este trabalho.

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